quarta-feira, setembro 13, 2006

Construtivismo como teoria capaz de auxiliar no rompimento da matriz pedagógica vigente


Ensinar não é uma função vital, porque não tem o fim em si mesma; a função vital é aprender. (Aristóteles)

A partir da década de 80, após o tecnicismo e os métodos de alfabetização terem caído em descrédito, a educação brasileira começou a ser invadida pelas idéias construtivistas de Jean Piaget.

A profundidade dessa teoria se deve ao fato de o construtivismo piagetiano (Epistemologia Genética) não ser uma teoria educacional ou de aprendizagem, mas uma teoria epsitemológica, isto é, uma teoria acerca do conhecimento.

Há muito tempo os filósofos descobriram que não somos capazes de conhecer a realidade tal qual ela é, por isso somos obrigados a levantar hipóteses explicativas para podermos lidar com esta realidade.

Precisamos encarar o construtivismo como um instrumento capaz de ajudar o professor a entender a realidade do seu aluno, e a partir desse entendimento ter condições de criar métodos e técnicas para agir em sala de aula.

De acordo com Piaget o conhecimento não está no sujeito nem no objeto, mas ele se CONSTRÓI na INTERAÇÃO do sujeito com o objeto. É na medida que o sujeito interage que ele vai produzindo também o próprio conhecimento. Esta é a razão da teoria piagetiana ser chamada de "Construtivismo".

Então o que já sabemos?Se o conhecimento se produz na interação do sujeito cognoscente(que conhece) com o objeto cognoscível(passível de ser conhecido), então a prática pedagógica será basicamente relacional, tornando-se o professor um problematizador da ação conhecedora de seu aluno.

Assumir essa postura é propor ao aluno que este participe ativamente do próprio aprendizado, mediante a experimentação, a pesquisa em grupo, o estímulo à dúvida e o desenvolvimento do raciocínio, entre outros procedimentos. O construtivismo rejeita a apresentação de conhecimentos prontos ao aluno e utiliza de modo inovador técnicas tradicionais como, por exemplo, a memorização. Daí o termo "construtivismo", pelo qual se procura indicar que uma pessoa aprende melhor quando toma parte de forma direta na construção do conhecimento que adquire. O construtivismo enfatiza a importância do erro não como um tropeço, mas como um trampolim na rota da aprendizagem. O construtivismo condena a rigidez nos procedimentos de ensino, as avaliações padronizadas e a utilização de material didático demasiadamente estranho ao universo pessoal do aluno.